Pránáyáma é a expansão da bioenergia através de respiratórios. Uma vez que a respiração esteja perfeitamente regulada, poderemos facilmente controlar os processos conscientes, já que a respiração , mente e emoções interagem mutuamente.
A respiração é o único ato vital inconsciente ao qual podemos ter acesso imediato. Por meio dela, temos condições de mergulhar nas profundezas do nosso inconsciente e, aos poucos, torná-lo consciente. Dessa forma, abrimos o livro interno e ganhamos condições de ler os registros mais íntimos. Como resultado deste autoconhecimento, seguramos as rédeas da transformação e conduzimos nossa evolução.
Antes de tudo, é importante compreender como funciona, em termos gerais, o nosso sistema respiratório. Basicamente, ele é composto por órgãos que permitem a troca de gases com o meio ambiente — narinas, seios para-nasais, laringe, traqueia, brônquios etc.
Ao inspirarmos, o oxigênio que está presente no ar é encaminhado às células do corpo, e ao expirarmos, eliminamos o dióxido de carbono que foi desprendido.
O fluxo da respiração se inicia nas narinas, que se aquecem e umidificam o ar nos seios paranasais. Depois, elas o enviam para a laringe, seguindo até a traqueia e, em seguida, ao tórax, o qual é dividido em dois brônquios principais. A partir daí, o ar é dividido em mais segmentos por meio de vários brônquios que se tornam cada vez menores até chegarem aos brônquios terminais.
Os pulmões são uma espécie de estrutura esponjosa que mede cerca de 25 cm de altura e pesa cerca de 700 g. Estima-se que neles estão presentes mais de 600 milhões de alvéolos, estruturas responsáveis pelo processo de troca gasosa.
Para garantir que a célula seja renovada continuamente, além do funcionamento dos alvéolos e brônquios, é preciso que haja ação dos músculos intercostais e do diafragma. Assim, o pulmão funciona como se fosse uma máquina mecânica que bombeia o ar e o distribui.
A capacidade respiratória consiste no volume total de ar que os pulmões conseguem reter em um ciclo respiratório. Contudo, ela depende da qualidade de insuflação pulmonar e da mecânica respiratória envolvida no processo. Isso quer dizer que a qualidade da nossa respiração está relacionada a diversos fatores, como o nível de obstrução das vias aéreas superiores, por exemplo.
É muito comum confundir a capacidade respiratória com a pulmonar. A primeira diz respeito à quantidade de ar que os pulmões conseguem comportar a cada respiração. Já a segunda é a quantidade de oxigênio que passa pela circulação sanguínea.
Ter uma boa capacidade respiratória ajuda no bom funcionamento dos pulmões. Esse órgão, entre outras funções acessórias, promove a oxigenação das células e a eliminação do dióxido de carbono. Logo, quando não funciona de maneira correta, é possível ter problemas no funcionamento cerebral e no desempenho de outros órgãos do corpo.
Outro fator a considerar é que, com o passar dos anos, o nosso organismo perde um pouco da capacidade respiratória. Isso quer dizer que, quando envelhecemos acontece a diminuição da massa muscular na região do diafragma e também da massa óssea.
A respiração registra e reflete todas as variações do fluxo emocional ou mental. Ao interferirmos no ritmo respiratório de forma adequada, podemos criar situações favoráveis, ou ainda reverter aquelas que não sejam do nosso agrado.
Ao conquistar imobilidade física, ou seja, ao conseguir se sentar de maneira confortável e firme, com a coluna ereta, o praticante também conquista um estado de segurança interna. Com a administração do ritmo respiratório, regulam-se as instabilidades da consciência e experimenta-se a meditação.
Feche os olhos e passe a acompanhar a respiração. Perceba o contato do ar com os condutos respiratórios, sinta-o acariciar o interior do seu corpo. Descontraia-se.
Elimine agora todo o ar dos pulmões e recolha o abdômen. Comece a inalar expandindo o ventre e o diafragma. Deixe que o prána e o ar entrem na parte baixa dos pulmões. Em seguida, o ar expande a área média, ao descontrair a musculatura intercostal. Por fim, complete a inspiração e encha de ar o ápice dos pulmões. Sinta que os alvéolos se abrem.
Expire com suavidade: solte primeiramente o ar da parte alta, depois da parte média, por fim, da parte baixa. Contraia o abdômen e faça com que o diafragma se eleve, relaxando-o.
Continue com a respiração completa. Procure prolongar o tempo das fases e permita que o ar flua de forma cadenciada. Encha os pulmões de baixo para cima e os esvazie de forma inversa, de cima para baixo.
Acrescente posteriormente retenções com os pulmões cheios e vazios. Essas paradas do fluxo respiratório não devem jamais ultrapassar a sua capacidade natural, que é medida pelo conforto. A exalação deve ser lenta e consciente.
Este pránáyáma promove um aumento considerável da capacidade pulmonar, da resistência e do tônus geral do organismo, desintoxicação e oxigenação celular, revitalização e rejuvenescimento. No aspecto psíquico, concede, ao praticante, receptividade, foco, autoconfiança.
Na notação do ritmo, as quatro fases da respiração aparecem indicadas assim: I-R-E-R (inspiração-retenção com ar-expiração-retenção sem ar). O zero (0) indica que não há retenção.
Quando você sentir que a respiração está mais fluida e ampla, introduza o ritmo.
- Ritmos 1-0-1-0 e 1-0-2-0 são os ritmos mais simples e naturais, que fazemos espontaneamente durante o sono ou quando estamos concentrados em alguma tarefa que nos absorve.
- Ritmo 1-1-1-1 todas as fases têm exatamente a mesma duração.
- Ritmo 1-4-2-0 para aqueles que têm mais prática.